UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

23 de julho de 2015

TOP-TEN WESTERNS DE ARI CRISPINIANO, UM DOS MAIORES FÃS DE ‘O PEQUENO SHERIFF’


A história em quadrinhos ‘O Pequeno Sheriff’ marcou época no Brasil, consumida que era por incontáveis seguidores das aventuras do jovem xerife de Prairie Town, cidade do Velho Oeste norte-americano. Não são poucos os que mantêm a coleção completa das duas primeiras séries (formato 16,5 por 7,5 cm) guardadas a sete chaves, prova inconteste do carinho pelo gibizinho da Editora Vecchi. Há, no entanto, um apaixonado por essa HQ que mais que qualquer outro demonstrou verdadeiro amor pela criação dos italianos Tristano Torelli e Dino Zuffi. Ele é o engenheiro Ari Crispiniano Ferreira dos Santos, apaixonado também pelo cinema e como não poderia deixar de ser pelo gênero western.

Paixão infantil, juvenil e adulta - Soteropolitano de nascimento e vivendo sempre em Salvador, Bahia, Ari teve seu primeiro contato com as aventuras de Kit Hodgkin aos sete anos de idade. Airton, irmão mais nove anos mais velho que o pequeno Ari mostrou a ele, no início dos anos 50, um gibizinho esquisito cujo tamanho era um terço dos gibis clássicos que eram os mais vendidos naquele tempo (Flecha Ligeira, Fantasma, Buffalo Bill, Mandrake, Roy Rogers, Capitão Marvel, Rocky Lane, Super-Homem, Gene Autry, Tarzan, Cavaleiro Negro e outros). Assim como ocorreu com outros meninos, a identificação de Ari com o xerife adolescente de Prairie Town foi imediata e o novo aficionado queria agora ler todos os exemplares anteriores e não perder os próximos. A leitura daquela história em quadrinhos rica em palavras pouco conhecidas pelo menino foi determinante no aperfeiçoamento do processo de leitura e no enriquecimento de seu vocabulário. Ari Crispiniano conseguiu completar toda a coleção de ‘O Pequeno Sheriff’ com as quatro séries lançadas no Brasil, num total de 442 exemplares. Ari lia também os dois outros gibizinhos editados em tiras: ‘Xuxá’ e ‘Júnior’, este a publicação que lançou Tex Willer no Brasil.

Murillo Garrett, Mariza Lizzia e Maurício Kit
Os filhos Kit, Lizzia e Garrett - Para os leitores que desconhecem as histórias em quadrinhos criadas por Torelli-Zuffi, vale lembrar que os personagens principais eram os órfãos de pai e mãe ‘Kit Hodgkin’ e sua irmã ‘Lizzie’ (nome algumas vezes grafado ‘Lizzia’). Completavam o elenco ‘Garrett’, um amigo de Kit e ‘Flozzy’, filha de Garrett e namoradinha de Kit. O amor de Ari pelo ‘O Pequeno Sheriff’ ganharia um aspecto inusitado que merece ser contado. Ari se casou e teve o primeiro filho. Em comum acordo com a esposa Maura o casal decidiu por um nome composto, sendo que que ela colocaria o primeiro nome e Ari o segundo. O primogênito nascido em 1980 se chamou então Maurício Kit. Veio a seguir uma menina que, seguindo o mesmo acordo, recebeu o nome Maria Lizzia. O terceiro filho do casal foi batizado como Murilo Garrett. Houve ainda uma menina que veio a falecer e que já tinha o nome Maria Flozzy escolhido por seus pais. De todos os filhos, 'Kit' foi mais bem aceito e como até hoje é chamado pelos pais e demais familiares o primogênito Maurício. E todos os filhos gostam dos nomes que receberam, especialmente pela grande alegria que esse fato trouxe ao papai Ari.

Última capa do número um de 'O Pequeno
Sheriff' anunciando o brinde: uma estrela de
homem-da-lei; abaixo edição de 'Júnior'.
Ressuscitando Tex Willer - Ari Crispiniano teve participação importante no relançamento de ‘Tex’ no Brasil quando procurou pessoalmente Otacílio d’Assunção Barros, responsável pelas publicações da Editora Vecchi. Nessa ocasião Ari conheceu também Renato Costa, sobrinho da viúva Anália Vecchi, proprietária da editora. Ari emprestou à editora inúmeras edições de ‘Júnior’. Publicada ao mesmo tempo que 'O pequeno Sheriff' e 'Xuxá', 'Júnior' fez sucesso menor queas outras duas séries do mesmo formato. Ari Crispiniano exultou quando foi publicada, em 1977, a edição especial de “Tex’, graças ao material que forneceu ao editor. Mesma sorte, no entanto, não teve seu herói preferido – Kit Hodgkin – que nunca despertou a atenção dos editores para um possível relançamento de ‘O Pequeno Sheriff’. Ari lembra que ‘nossos heróis não envelhecem jamais’ e que Kit Hodgkin estaria atualmente (2015) com 79 anos de idade. Muito mais ‘idoso’, Tex Willer ainda cavalga pelas pradarias das HQs.

Anotações filme a filme - Paralelamente à paixão pelas aventuras de Kit Hodgkin, Ari Crispiniano foi se tornando um cinéfilo, daqueles que (desde criancinha mesmo) fazem anotações sobre os filmes que assiste. Em seu primeiro caderno de anotações consta que no dia 3 de janeiro de 1953, no Cine Excelsior em Salvador, Ari assistiu ao primeiro filme de sua vida que foi “Alice no País das Maravilhas”, produção de Walt Disney. Nos quadros pode ser lido com relato do próprio Ari Cristiano, comentário sobre seu contato inicial com o cinema e como se desenvolveu sua paixão pela 7.ª Arte.
Na foto à esquerda o pequeno Ari Crispiniano nos tempos em que começou a fazer as primeiras anotações sobre os filmes que assistia.



O manual elaborado por Ari Crispiano está prestes a ganhar sua 2.ª edição trazendo entre outros itens interessantes os 100 melhores diálogos do cinema, os 100 maiores heróis, os 100 maiores vilões, as 100 melhores músicas e uma relação, por gênero, dos dez melhores filmes de todos os tempos. Como curiosidade eis os dez melhores filmes de todos os tempos, segundo Ari Crispiniano (visto na foto à esquerda):

1 – Um Corpo que Cai (Vertigo), 1958 - Alfred Hitchcock
2 – Psicose (Psycho), 1960) – Alfred Hitchcock
3 – Testemunha de Acusação (Witness for Prosecution), 1957 - Billy Wilder
4 – Da Terra Nascem os Homens (The Big Country), 1958 – William Wyler
5 – O Sol por Testemunha (Plein Soleil), 1960 – René Clément
6 – Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven), 1960 – John Sturges
7 – Golpe de Mestre (The Sting), 1973 - George Roy Hill
8 – Casablanca (Casablanca), 1942 – Michael Curtiz
9 – Matar ou Morrer (High Noon), 1952 – Fred Zinnemann
10 – Fugindo do Inferno (The Great Escape, 1963 – John Sturges

TOP-TEN WESTERNS

Os leitores deste blog se acostumaram a conhecer as opiniões de diferentes cinéfilos a respeito dos melhores faroestes e Ari Crispiniano gentilmente relacionou seu Top-Ten Westerns para o WESTERCINEMANIA. Eis a lista dos melhores faroestes de todos os tempos na opinião do engenheiro, desenhista, escritor e cinéfilo Ari Crispiniano Ferreira de Souza, com comentários feitos por ele próprio:

1.º) Da Terra Nascem os Homens (The Big Country), 1958 – William Wyler

Charlton Heston
A personagem principal é a terra, os grandes latifundiários do Texas, motivo principal porque este filme de fôlego foi filmado em tela larga no processo Technirama. Faroeste de alto nível dirigido pela mão segura de Wyler, com elenco vigoroso, música excepcional de Jerome Morross e a monumental paisagem dos canyons do Rio Colorado. (Ari Crispiniano)

* * * * *

2.º)  Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven), 1960 – John Sturges

Yul Brynner e Steve McQueen
Um dos grandes momentos do cinema japonês é quando Kurosawa mostra ao mundo o Japão em 1954 com o roteiro original de “Os Sete Samurais”. Akira tinha feito “Rashomon” e Sturges adaptou para fazer este grande faroeste. Yul Brynner lidera um grupo, que são contratados para protegê-los dos bandidos, de uma aldeia mexicana. Destaque para Brynner e Wallach (líder dos bandidos) e trilha sonora de Elmer Bernstein(Ari Crispiniano)

* * * * *

3.º)  Matar ou Morrer (High Noon), 1952 – Fred Zinnemann

Gary Cooper

Faroeste antológico, feito em tempo real. 85 minutos, sua duração corresponde ao tempo efetivo em que a ação se desenrola e por conta disso o filme mostra diversos relógios, intensificando o suspense à medida que os ponteiros avançam para o meio-dia. Zinneman mostra um cenário que lembra Prairie Town. Cooper com seus 1,87m lembra a figura de Garrett nas aventuras desenhadas por Zuffi. Kelly, a eterna rainha, traz ao espectador um momento de beleza ao filme. (Ari Crispiniano)

* * * * *

4.º)  Os Brutos Também Amam (Shane), 1953 – George Stevens

Alan Ladd


* * * * *

5.º)  Vera Cruz (Vera Cruz), 1954 – Robert Aldrich

Burt Lancaster


* * * * *

6.º)  No Tempo das Diligências (Stagecoach), 1939 – John Ford

George Bancroft, John Wayne, Thomas Mitchell e Louise Platt


* * * * *

7.º)  Rastros de Ódio (The Searchers), 1956 – John Ford

John Wayne


* * * * *

8.º)  A Conquista do Oeste (How the West Was Won), 1962 - Henry Hathaway / George Marshall / John Ford

Gregory Peck


* * * * *

9.º)  Cimarron (Cimarron), 1960 – Anthony Mann

Robert Preston, Glenn Ford e Maria Schell


* * * * *

10.º)  O Último Pôr-do-Sol (The Last Sunset), 1961 – Robert Aldrich

Carol Linley e Kirk Douglas


* * * * *



Menções honrosas: Era Uma Vez no Oeste (C’Era Una Volta Il West), 1968 – Sergio Leone / Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo), 1966 – Sergio Leone.

6 comentários:

  1. Pelo amor de Deus! São sempre os mesmos filmes, com um ou outro diferente.; Um cinéfilo na trilha do outro. E pior ainda o camarada é fá dos personagens de HQ de faroestes italianos desde criancinha, e não cita um faroeste sequer da bota . Escolhe os dois monumentais filmes de Sergio Leone apenas para menção honrosa. Uma lista hoje que não tiver pelo menos um dos dois é pura injustiça. Vera Cruz, Sete homens e um destino, O último por-do -sol?

    Antonio Trocate

    ResponderExcluir